A febre aftosa é uma doença viral altamente contagiosa que afeta principalmente animais de casco fendido, como bovinos, suínos, caprinos, ovinos e, em alguns casos raros, até animais silvestres. Causada por um vírus do gênero Aphthovirus, da família Picornaviridae, essa enfermidade é motivo de grande preocupação sanitária e econômica, especialmente para o setor agropecuário, devido à sua rápida disseminação e ao impacto negativo sobre a produção de carne e leite.
Como se pega a febre aftosa?
A febre aftosa se transmite principalmente por contato direto entre animais infectados e saudáveis. O vírus está presente nas secreções e excreções dos animais doentes, como saliva, leite, urina e fezes. A contaminação também pode ocorrer por via indireta, através de objetos, equipamentos, roupas, veículos e até pessoas que tenham tido contato com animais infectados.
A disseminação aérea do vírus também é possível, especialmente em áreas de alta densidade de rebanho. Em algumas situações, o vento pode transportar partículas virais por vários quilômetros.
Sintomas da febre aftosa
Os sintomas da febre aftosa aparecem entre 2 a 14 dias após a infecção. Os sinais mais comuns incluem:
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Febre alta repentina (pode atingir até 41ºC nos animais);
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Aftas (feridas dolorosas) na boca, língua, gengivas e focinho;
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Salivação intensa, com espuma;
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Claudicação (mancar) por causa de lesões nas patas;
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Perda de apetite e dificuldade para mastigar;
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Queda na produção de leite nos animais leiteiros;
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Em bezerros, pode haver miocardite (inflamação do coração), que pode levar à morte súbita.
Essas lesões causam muita dor, o que leva os animais a se isolarem, pararem de comer e beber, causando rápido emagrecimento e perda de produtividade.
Existe cura ou tratamento?
Não há tratamento específico para a febre aftosa. O que se faz em países onde a doença ocorre é o chamado manejo de suporte, com cuidados básicos para evitar sofrimento dos animais, como hidratação, alimentação pastosa e medicamentos para aliviar a dor ou evitar infecções secundárias.
Entretanto, em países com programas de erradicação, como o Brasil, a política oficial em caso de surtos geralmente envolve o sacrifício dos animais infectados e expostos, como medida de contenção sanitária, seguida por desinfecção rigorosa da área.
Como prevenir a febre aftosa?
A prevenção da febre aftosa se baseia principalmente na vacinação sistemática dos rebanhos. No Brasil, por muitos anos a vacinação foi obrigatória em praticamente todo o território nacional, mas algumas regiões já conquistaram o status de zona livre de febre aftosa sem vacinação, graças a programas rigorosos de controle.
Outras medidas importantes de prevenção incluem:
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Controle rigoroso no transporte de animais entre regiões;
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Higienização de veículos e equipamentos agrícolas;
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Isolamento de novos animais antes de integrá-los ao rebanho;
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Fiscalização em feiras agropecuárias e abatedouros;
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Comunicação imediata às autoridades sanitárias ao se suspeitar de um caso.
A febre aftosa afeta seres humanos?
A febre aftosa raramente afeta seres humanos. Casos humanos são extremamente incomuns e geralmente ocorrem por contato direto com animais infectados ou ingestão de leite não pasteurizado de animais doentes. Quando ocorre, os sintomas podem incluir febre, mal-estar, dor de garganta e pequenas lesões na boca e mãos, mas são geralmente leves e autolimitados.