Feriado: 9 de julho de 2025 – Revolução Constitucionalista de 1932

Capture of Avenida Paulista in São Paulo showcasing urban life with towering skyscrapers.

O 9 de julho é, para os paulistas, mais do que um simples feriado: representa a celebração da coragem, da memória e da identidade regional. Instituído em reconhecimento à Revolução Constitucionalista de 1932, este dia ressoa como um símbolo da luta por autonomia e justiça, reafirmando um orgulho cívico único em São Paulo.

Contexto histórico

Em meados de 1932, o Brasil vivia sob o governo provisório de Getúlio Vargas, instaurado após a Revolução de 1930, evento que derrubou o presidente Washington Luís e interrompeu o regime político vigente. A insatisfação paulista cresceu à medida que Vargas centralizou o poder, fragilizando as estruturas democráticas tradicionais e ignorando o clamor por novas eleições. O estopim veio quando São Paulo, exigindo uma nova Constituição, viu suas demandas sendo postergadas. Em resposta, em 9 de julho de 1932, o Estado deflagrou a Revolução Constitucionalista — um levante armado que buscava pressionar o governo central e restaurar uma ordem democrática constitucional.

A revolta contou com a participação de diversos segmentos da sociedade: civis, militares, estudantes, mulheres atuantes em frente de apoio e apoio popular. Embora tenha sido sufocada em menos de três meses — oficialmente em 2 de outubro de 1932 —, a Revolução Constitucionalista deixou um legado significativo. Em 1934, foi promulgada uma nova Constituição, o que, para muitos, foi fruto do esforço paulista. Assim, o dia 9 de julho ganhou status oficial como dia de homenagem à coragem daqueles que lutaram por princípios democráticos.

Significado contemporâneo

Na atualidade, o 9 de julho é marcado por uma mistura de reflexão, celebração cívica e entretenimento. As principais manifestações ocorrem em pontos simbólicos da capital — o campo de batalha histórico do Parque da Independência, o Museu do Ipiranga e o Viaduto do Chá, por exemplo. A exemplo das cerimônias militares, que incluem sessões solenes nas assembleias, homenagens aos heróis e um minuto de silêncio, reforçando o respeito aos que pereceram ou se sacrificaram.

Paralelamente às solenidades formais, há desfiles cívicos e exibições históricas que retratam uniformes da época, veículos antigos e recriações de batalhas. Escolas, universidades e associações de veteranos promovem palestras, exposições fotográficas e lançamentos de livros. Teatros e cinemas exibem produções sobre o tema, permitindo que a memória se renove e alcance gerações mais jovens.

Elemento cultural e regional

Para muitos paulistas, o feriado também é uma oportunidade de reforçar a identidade regional. É comum que escolas de samba e blocos urbanos criem sambas-enredo e músicas que façam alusões aos eventos de 1932, mesclando tradição com uma linguagem contemporânea. Esse sincretismo fortalece o sentimento de pertencimento, fazendo do 9 de julho um referencial cultural que ultrapassa o aspecto histórico e se amplia ao imaginário coletivo.

Outro comportamento típico é a visita turística a prédios históricos e espaços de memória. O Museu Paulista, no Ipiranga, por exemplo, costuma receber um grande fluxo de visitantes nesse dia. Hospedagens, restaurantes e até o comércio local se mobilizam para receber o público que, por vezes, viaja de outras regiões do Estado ou mesmo do país para vivenciar essa data emblemática. O turismo de memória e patrimônio ganha visibilidade, com roteiros guiados, palestras no local onde Caetano está enterrado — o Cânhamo — e lançamentos de publicações especializadas.

9 de Julho de 2025

A data é considerada feriado apenas no estado de São Paulo.

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