A Peste Negra: História, Transmissão, Sintomas e Prevenção

A person wearing a vintage plague doctor mask in Toluca de Lerdo, México.

A Peste Negra: História, Transmissão, Sintomas e Prevenção

A peste negra, também chamada de peste bubônica, foi uma das doenças mais devastadoras da história da humanidade. Ela assolou a Europa no século XIV, entre 1347 e 1351, causando a morte de milhões de pessoas e mudando profundamente a estrutura social e econômica da época. Embora muitos associem a peste negra apenas ao passado, a doença ainda existe, embora em escala muito menor, sendo controlada atualmente por antibióticos e medidas de saúde pública.

Quem transmite e como se contrai

A peste negra é causada pela bactéria Yersinia pestis. Seu principal vetor de transmissão são as pulgas, especialmente as que parasitavam os ratos pretos (Rattus rattus), comuns nas cidades medievais. Quando um rato infectado morria, as pulgas procuravam outro hospedeiro, podendo picar humanos e transmitir a bactéria.

Além da forma bubônica, também existiam outras variantes: a peste septicêmica, quando a bactéria invadia a corrente sanguínea, e a peste pneumônica, transmitida diretamente de pessoa para pessoa por meio de gotículas respiratórias. Essa última era a mais letal, pois se espalhava rapidamente em ambientes fechados.

A contaminação ocorria principalmente por três vias:

  1. Picada de pulgas infectadas.

  2. Contato direto com fluidos ou tecidos de animais infectados.

  3. Inalação de gotículas contaminadas, no caso da peste pneumônica.

Sintomas

Os sintomas da peste negra variavam conforme a forma da doença:

  • Peste bubônica: febre alta, calafrios, dores de cabeça, fadiga intensa e inchaços dolorosos chamados “bubões”, que apareciam geralmente nas axilas, virilhas e pescoço.

  • Peste septicêmica: manchas escuras na pele devido a hemorragias internas, vômitos, dor abdominal intensa e falência múltipla dos órgãos.

  • Peste pneumônica: tosse com sangue, dificuldade para respirar, dor no peito e evolução extremamente rápida, levando à morte em poucos dias se não tratada.

Na Idade Média, a taxa de mortalidade era altíssima, chegando a 70% em algumas regiões. A falta de higiene, a ausência de conhecimento sobre bactérias e a convivência próxima com roedores criaram o cenário perfeito para a disseminação da doença.

Como evitar

Hoje em dia, embora os surtos sejam raros, ainda existem casos de peste em algumas partes do mundo, como Madagascar, Peru e Estados Unidos. Para prevenir a infecção, algumas medidas são recomendadas:

  • Evitar contato com roedores silvestres e suas pulgas.

  • Controlar a presença de ratos em áreas urbanas.

  • Usar repelentes em regiões de risco.

  • Adotar medidas sanitárias adequadas, como coleta de lixo e limpeza urbana.

Além disso, em áreas onde há surtos, é importante o monitoramento epidemiológico para detectar rapidamente os primeiros casos e evitar a propagação.

Tratamento

Diferente da Idade Média, hoje a peste negra pode ser tratada com relativa eficácia. O tratamento baseia-se no uso de antibióticos como estreptomicina, gentamicina, tetraciclinas e fluoroquinolonas. Quando administrados precocemente, eles reduzem significativamente a taxa de mortalidade.

O atendimento hospitalar pode incluir também medidas de suporte, como hidratação, controle da febre e ventilação assistida, no caso da forma pneumônica. O diagnóstico rápido é fundamental, já que a evolução da doença é muito agressiva.

Vacinas

Atualmente não existe uma vacina amplamente utilizada contra a peste negra. Algumas versões foram desenvolvidas no passado, mas apresentavam baixa eficácia ou muitos efeitos colaterais. Pesquisas continuam sendo feitas para a criação de uma vacina mais segura e eficiente, principalmente em regiões onde a doença ainda é endêmica.

Apesar disso, a combinação de antibióticos eficazes e medidas de saúde pública tem sido suficiente para evitar grandes epidemias.

Considerações finais

A peste negra deixou marcas profundas na história da humanidade, servindo como um lembrete da vulnerabilidade das sociedades diante de doenças infecciosas. O conhecimento científico, a higiene e os avanços médicos transformaram o que antes era uma sentença de morte em uma condição tratável e controlável. Ainda assim, a vigilância epidemiológica e a prevenção continuam sendo essenciais, pois a Yersinia pestis permanece presente em alguns reservatórios naturais ao redor do mundo.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Rolar para cima