A morte da cantora e atriz Preta Gil, aos 50 anos, vítima de câncer colorretal, chocou o Brasil e acendeu um alerta importante sobre uma doença que muitas vezes é silenciosa, mas altamente prevenível e tratável quando diagnosticada precocemente. Ao longo de sua luta contra o câncer, Preta Gil compartilhou com o público momentos de dor, superação, recaídas e esperança, trazendo visibilidade para uma enfermidade que afeta milhares de brasileiros todos os anos.
O câncer colorretal, também chamado de câncer de cólon e reto ou câncer intestinal, é um tumor que se desenvolve no intestino grosso, especialmente no cólon ou no reto. É o segundo tipo de câncer mais comum entre homens e mulheres no Brasil, ficando atrás apenas do câncer de próstata e mama, respectivamente. Segundo o Instituto Nacional de Câncer (INCA), são mais de 45 mil novos casos por ano no país.
Sintomas: um perigo silencioso
Um dos grandes desafios do câncer colorretal é que seus sintomas iniciais podem ser confundidos com outros problemas gastrointestinais mais simples. Por isso, muitas pessoas demoram a procurar ajuda médica. Entre os sintomas mais comuns estão:
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Alterações persistentes no hábito intestinal, como diarreia ou prisão de ventre;
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Sangue nas fezes, que pode ser visível ou oculto;
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Dor ou desconforto abdominal frequente;
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Sensação de evacuação incompleta;
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Perda de peso inexplicada;
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Cansaço constante e anemia.
Nem sempre todos esses sinais aparecem juntos, e em alguns casos, o tumor pode crescer sem manifestar sintomas por muito tempo. Por isso, exames preventivos são fundamentais.
Diagnóstico precoce salva vidas
O diagnóstico do câncer colorretal geralmente começa com exames de rastreamento, recomendados principalmente a partir dos 45 ou 50 anos, mesmo que a pessoa não tenha sintomas. O mais conhecido é a colonoscopia, exame que permite visualizar todo o intestino grosso e remover eventuais pólipos — lesões que podem evoluir para câncer.
Outros exames que podem auxiliar no diagnóstico incluem a pesquisa de sangue oculto nas fezes, a sigmoidoscopia (exame do reto e parte inferior do cólon) e, em alguns casos, exames de imagem como tomografia.
Quando o câncer é detectado em fase inicial, as chances de cura ultrapassam 90%. No entanto, em fases mais avançadas, o tratamento pode se tornar mais complexo e menos eficaz.
Tratamento e combate à doença
O tratamento do câncer colorretal depende do estágio da doença, da localização do tumor e das condições clínicas do paciente. Entre as opções estão:
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Cirurgia, para remoção do tumor e, quando necessário, parte do intestino afetado;
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Quimioterapia, usada especialmente quando o câncer já se espalhou para outros órgãos ou como complemento à cirurgia;
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Radioterapia, geralmente empregada para tumores localizados no reto;
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Imunoterapia ou terapias-alvo, indicadas em alguns casos mais específicos e avançados.
Durante seu tratamento, Preta Gil enfrentou diferentes etapas terapêuticas, incluindo cirurgias e internações, mas também lutou com as complicações e a agressividade da doença em estágio avançado.
Legado e conscientização
Ao compartilhar sua jornada com o público, Preta Gil se tornou uma voz ativa na conscientização sobre o câncer colorretal. Mesmo nos momentos mais difíceis, usou suas redes sociais para informar, agradecer o apoio de fãs e incentivar o autocuidado. Sua morte deixa não apenas um vazio artístico e afetivo, mas também um importante alerta: o câncer colorretal pode ser prevenido, detectado precocemente e tratado com eficácia.
A melhor forma de homenagear sua memória é levar a sério os sinais do corpo, manter exames em dia e incentivar familiares e amigos a fazer o mesmo. Prevenir é, sem dúvida, o caminho mais forte na luta contra o câncer.