O Dia do Chocolate, celebrado em 7 de julho, é uma data saborosa que homenageia um dos alimentos mais amados do mundo. No Brasil, essa iguaria tem uma história rica e uma cadeia produtiva que movimenta milhares de famílias, desde o cultivo do cacau até a venda do chocolate nas prateleiras. Conhecer esse processo é uma forma de valorizar não apenas o sabor, mas também o trabalho envolvido por trás de cada pedaço.
Tudo começa com o cacau, fruto do cacaueiro, uma árvore típica de clima quente e úmido, nativa da região amazônica. No Brasil, os principais estados produtores são Bahia e Pará. A região cacaueira da Bahia, especialmente Ilhéus e Itabuna, foi durante muito tempo a maior produtora do país. Hoje, o Pará tem se destacado, com técnicas mais sustentáveis e novos sistemas de cultivo, como o consórcio com outras espécies nativas da floresta.
O processo de cultivo do cacau exige cuidados desde a muda. O cacaueiro começa a produzir frutos após três anos, e sua colheita ocorre duas vezes ao ano. Os frutos são quebrados manualmente, liberando as sementes envoltas por uma polpa branca. Essas sementes, conhecidas como amêndoas de cacau, são fermentadas por cerca de uma semana e depois secas ao sol. Esse processo é fundamental para desenvolver o sabor característico do chocolate.
Após a secagem, as amêndoas são vendidas para as indústrias ou chocolaterias artesanais, que realizam a torra, moagem e refino. A partir daí, a massa de cacau é separada em manteiga de cacau e pó de cacau. Esses dois ingredientes formam a base do chocolate como conhecemos: adiciona-se açúcar, leite (no caso do chocolate ao leite) e outros ingredientes conforme a receita desejada. O chocolate amargo, por exemplo, possui uma quantidade maior de cacau e menos açúcar.
Nos últimos anos, o Brasil tem se destacado na produção de chocolates premium e bean-to-bar (do grão à barra), um movimento que valoriza o cacau nacional, a transparência na origem e o controle de qualidade em todas as etapas. Pequenas marcas têm ganhado espaço nesse mercado, valorizando ingredientes regionais e práticas sustentáveis. Esse nicho cresceu não apenas pelo sabor, mas também pela consciência dos consumidores, que querem produtos mais naturais e com impacto social positivo.
A comercialização do chocolate no Brasil é ampla. O país é um dos maiores consumidores da América Latina. As grandes indústrias alimentícias dominam o mercado com marcas populares e uma vasta variedade de produtos, desde barras simples até bombons, ovos de Páscoa, chocolates recheados e culinários. No entanto, as feiras e eventos gastronômicos, como o Salon du Chocolat e o Festival do Chocolate da Bahia, vêm fortalecendo o setor artesanal e gourmet.
Além do mercado interno, o Brasil também exporta cacau e chocolate, especialmente para a Europa e os Estados Unidos. Ainda assim, o país importa uma parte do chocolate industrializado, o que mostra o potencial de crescimento para as marcas nacionais. A valorização do cacau brasileiro, especialmente o fino e de origem controlada, pode alavancar o Brasil como referência mundial na produção de chocolates de alta qualidade.
Celebrar o Dia do Chocolate é, portanto, mais do que se deliciar com uma guloseima. É reconhecer uma cadeia produtiva que envolve agricultores, cooperativas, indústrias e consumidores conscientes. É também uma oportunidade para promover o desenvolvimento sustentável nas regiões produtoras, preservar a floresta e apoiar o comércio justo.